INSETOS E ÁCAROS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA E VETERINÁRIA

 

Prof. Cláudio Mafra / DBB

 

- Objetivo deste tópico

 

Nesta aula serão abordados de maneira introdutória, insetos e ácaros de importância médica e veterinária com reflexos na saúde humana e na saúde animal (sanidade e/ou produção).  Têm-se por objetivo munir de aluno de informações básicas a respeito da importância destes organismos, seja por espoliação e/ou irritação ou pela veiculação de agentes infecciosos.

 

- Introdução

 

Além de atuarem como vetores dos agentes causadores destas enfermidades, os insetos também são reportados como vetores mecânicos (transportadores) de diversos outros agentes sejam eles bacterianos, fúngicos, virais, protozoários ou helmintos.

 

Dentre o vocabulário utilizado para descrever os insetos e os ácaros como agentes envolvidos na transmissão de agentes infecciosos, temos os seguintes termos:

 

- Vetor: diz-se daquele inseto ou ácaro no qual ocorre alguma das fases do ciclo evolutivo de um microorganismo infeccioso;

- Transportador: diz-se daquele inseto no qual não ocorre o desenvolvimento biológico (divisão, multiplicação, mudança de fase evolutiva etc) de um agente infeccioso. Neste caso subentende-se transmissão do tipo mecânica.

 

1- Insetos importantes na Medicina Humana

 

Na saúde humana, diversos insetos atuam como vetores de agentes infecciosos, como por exemplo: malária, Doença de Chagas, filarioses, oncocercose e leishmanioses. Para ter-se uma noção do impacto e importância destas enfermidades humanas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) dentro das oito doenças que mais afetam a população mundial atualmente, as cinco citadas encontram-se incluídas. Completando este grupo, incluiríamos amebíase, hanseníase e tuberculose.

 

Como agentes espoliadores, estressantes e/ou vetores de agentes infecciosos humanos temos moscas, mosquitos, pulgas, piolhos e barbeiros, respectivamente, Ordens Díptera (Sub-ordens Cyclorrapha e Nematocera), Siphonaptera,  Anoplura e Hemíptera (Sub-ordem Reduviidae).

 

1.1- Ordem Díptera

 

1.1.1- Moscas

 

            Na família Muscidae, a Musca domestica é conhecida como veiculadora de ovos e larvas de helmintos (Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiuris, Enterobius vermiculares, Taenia solium e ancilostomídeos) e protozoários (Entamoeba histolytica, Giardia intestinalis e Cryptosporidium parvum), ocasionando dentre os exemplos listados quadros clínicos de parasitoses intestinais de maior ou menor gravidade dependendo da carga parasitária, do agente infeccioso e do hospedeiro (idade, estado nutricional, resposta imune etc).

 

1.1.2- Mosquitos

 

            Na sub-ordem Nematocera, temos representantes de importância médica na família Simulidae (Simulium sp.) vetor da larva da Onchocerca volvulus, na família Psychodidae, sub-família Phlebotominae (Lutzomyia sp.) vetores dos agentes das leishmanioses tegumentares (p. ex. Leishmania braziliensis, Leishmania mexicana e Leishmania amazonensis) e da leishmaniose visceral (Leishmania chagasi), e nas tribos Anophelini e Culicini, vetores dos plasmódios causadores da malária (Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium ovale e Plasmodium malarie) e de alguns vírus como o da Febre Amarela, p. ex.

 

1.2- Ordem Hemíptera

 

            Na Ordem Hemíptera, sub-ordem Reduviidae, comumente conhecidos como barbeiros, temos os vetores dos tripanosomas, causadores das tripanosomíases, dentre as quais temos em nosso país a Doença de Chagas ocasionada pelo Trypanosoma cruzi.

 

1.3- Ordem Siphonaptera

 

            A Pulex irritans juntamente com a Xenopsyla queops apresentam-se como os representantes da ordem Siphonaptera de maior importância para a saúde humana. Isto deve-se ao fato destas atuarem como vetor de agentes infecciosos de graves enfermidades, como p.ex., a peste bubônica causada pela Yersinia pestis e transmitida pela pulga do rato (Xenopsyla queops). Também deve ser considerada a ação deletéria da Tunga penetrans, levando a um quadro clínico comumente conhecido como “bicho de pé”.

 

1.4- Ordem Anoplura

 

            Somente os piolhos sugadores apresentam-se como importantes devido a espoliação e irritação de agentes infecciosos importantes para os humanos. São eles o Pediculus humanus e o Pediculus capitatis, respectivamente conhecidos como piolho da cabeça e piolho do corpo. O Phithrus pubis, é uma pulga que ocorre na área genital ocasionando um quadro conhecido vulgarmente como “chato”, transmitido mais comumente pela relação sexual.

 

2- Ácaros importantes na Medicina Humana

 

            Na Ordem Acari temos de importância médica sarnas e carrapatos, ocasionando respectivamente casos de parasitismo cutâneo (p.ex. escabiose causada pelo Sarcoptes scabiei) ou quadros de envolvimento sistêmico (p.ex. Febre maculosa  causada pela Rickettsia rickettsii, Doença de Lyme causada pela Borrelia burgdorferi e a Ehrlichiose causada pela Ehrlichia sp.).

            Apesar das enfermidades que podem ser transmitidas por carrapatos, o que é mais observado são as lesões inflamatórias devido a fixação de larvas e ninfas na pele dos humanos e da tentativa sem sucesso da retirada destes agentes. Para a fixação, o carrapato após localizar um local com características adequadas ao seu desenvolvimento, como p. ex.: espessura, irrigação, proteção e temperatura local, introduz o seu aparelho bucal (hipóstoma) na pele do hospedeiro. Quando da tentativa de retirada deste agente, pode ocorrer quebra na base do aparelho bucal, o qual permanecerá introduzido na derme e atuará como corpo estranho, levando a uma reação inflamatória variável dependendo do hospedeiro.

 

3- Insetos e Ácaros importantes na Medicina Veterinária

 

            Na Medicina Veterinária os insetos e ácaros adquirem grande importância seja devido às questões de saúde animal e/ou saúde pública no caso daquelas enfermidades de caráter zoonótico, ou no caso daquelas enfermidades que afetam as criações do ponto de vista econômico.

 

            Dentre as perdas de produção podemos citar a queda na produção de carne, leite e ovos, p. ex., a danificação do couro, o gasto com medicamentos e assistência médico veterinária, perda de crias e a morte do animal. Os diferentes agentes infecciosos podem atuar como vetores de outras enfermidades (p.ex. carrapatos atuando como vetores da Babesiose bovina), ou simplesmente atuando como fator de estresse e ou espoliante de nutrientes (p.ex. moscas e mosquitos).

 

3.1- Insetos importantes na Medicina Veterinária

 

            Dentre os insetos importantes como agentes comprometedores da produção animal temos as moscas, as mutucas, as pulgas, piolhos mastigadores e piolhos sugadores, respectivamente Ordem/sub-ordem: Díptera/Cyclorrapha, Díptera/Tabanidae, Siphonaptera, Anoplura e Mallophaga.

 

3.1.1- Moscas de importância Médico Veterinária

 

            Na sub-ordem Cyclorrapha temos as famílias Muscidae com Musca domestica, Stomoxys calcitrans, Cochlyommia hominivorax, Cochlyommia macellaria, Haematobia irritans, Crysomia spp., Phania spp. e Lucilia spp. Todas estas moscas apresentam algum fator que ocasiona queda na produção seja pela espoliação e/ou irritação do animal ou pela veiculação de outros agentes.

 

            A Stomoxys calcitrans é uma mosca de hábitos hematófagos, espoliando e provocando estresse no animal pelo mesmo tentar se livrar deste agente incômodo interrompendo constantemente a alimentação e o descanso além de poder atuar como veiculador (transportador) de parasitas sanguíneos. Esta mosca realiza a oviposição em matéria vegetal em decomposição e fezes de eqüinos.

 

            Introduzida há menos de vinte anos em nosso país, a Haematobia irritans apresenta um elevado potencial comprometedor da produção bovina nacional. Esta pequena mosca hematófaga além de estressar o animal e atuar espoliando sangue, também pode atuar assim como outros insetos hematófagos como veiculadores mecânicos de diversos agentes infecciosos, especialmente aqueles de desenvolvimento sanguíneo. A Haematobia possui como característica a realização de vôos muito curtos, realizando a postura em fezes recém-defecadas (15-20 minutos).

 

            Quanto às moscas não hematófagas, a Musca domestica é uma mosca de característica não hematófaga, porém apresenta uma grande capacidade de veiculação de outros agentes infecciosos. No caso da pecuária bovina, por exemplo, atua possibilitando a ocorrência de casos de mamite e onfaloflebite pela veiculação de bactérias.

 

            Além das moscas extremamente comuns em nossos rebanhos e citadas acima, temos também de importância moscas que ocasionam miíases devido ao desenvolvimento da fase larvar ocorrer nos tecidos do hospedeiro. As larvas das moscas que causam miíases podem ser biontófagas ou necrobiontófagas, dependendo de alimentarem-se de tecido vivo ou tecido morto, sendo as miíases classificadas como superficiais ou internas e primárias ou secundárias.

 

            Como exemplo de miíase superficial, aquelas nas quais o desenvolvimento das larvas inicia-se e ocorre na derme e tecido subcutâneo podendo em alguns casos comprometer inclusive o tecido muscular e órgãos adjacentes, temos aquelas ocasionadas pela mosca do berne (1, 2) (Dermatobia hominis) e as miíases com aglomerado de larvas, comumente conhecidas como bicheiras, devido ao desenvolvimento de larvas de Cochlyomia hominivorax e Cochlyomia macellaria. Todas as citadas são consideradas larvas biontófagas. Como exemplo de larvas necrobiontófagas, ou seja, se alimentam de tecido morto, temos as moscas da família Sarcophagidae, as quais realizam a posturas em carcaças.

 

            Além destas moscas que causam miíases superficiais, temos as moscas das famílias Gasterophilidae e Oestridae. Na família Gasterophilidae, a Gasterophilus intestinales e a Gasterophilus nasalis. Estas moscas realizam a postura dos seus ovos na região inferior dos membros anteriores dos eqüinos e ao redor das narinas, respectivamente. As larvas são levadas à boca pelo ato de se lamber, atingindo de maneira passiva o estômago destes animais, aonde irá ocorrer o desenvolvimento até a fase de pupa, quando então são eliminadas para o meio ambiente com as fezes.

 

            Na família Oestridae, a Oestrus ovis realiza a postura ao redor das narinas de ovinos, com posterior migração das larvas para os seios paranasais aonde ocorre todo o desenvolvimento até a fase de pupa.

 

            A postura das moscas que não causam miíases, Stomoxys calcitrans, Musca domestica, Crysomia spp. e Phania spp.  ocorre em fezes de eqüinos, bovinos, aves, humanas ou em matéria biológica em decomposição.

 

            Também classificadas como moscas ou mutucas, os representantes da família Tabanidae (tabanídeos) são importantes agentes principalmente na criação de eqüinos e de bovinos. São insetos de hábitos hematófagos e de picada muito doloroso, provocando a fuga dos animais, além de veicularem mecanicamente agentes infecciosos.

 

3.1.2- Mosquitos de importância Médico Veterinária

 

            Os mosquitos de importância em Medicina Veterinária atuam tento como fator irritativo/estressante, como na veiculação de agentes infecciosos. Dentre os representantes da sub-ordem Nematocera, os mosquitos das famílias Culicidae, Simulidae, Ceratopogonidae e Psychodidae, apresentam atividades que comprometem tanto a saúde animal com reflexo direto na produção quanto a saúde humana no caso daquelas infecções de caráter zoonótico.

 

            Os cães são gravemente afetados pelos agentes das leishmanioses, tanto tegumentar quanto cutânea, atuando como reservatório para os mosquitos transmissores do gênero Lutzomyia. As fêmeas destes mosquitos, os flebotomíneos, quando realizam o ato da hematofagia em cães domésticos ou silvestres, ou mesmo em outros animais silvestres, contaminam-se, sofrendo infecção de seu tubo digestivo por formas evolutivas de Leishmania e passando a transmitir este agente quando realizam novo repasto sanguíneo.

 

            Na família Culicidade, tanto os representantes das tribos Culicini quanto Anophelini apresentam atuação como vetores de enfermidades de importância em saúde veterinária, dentre as quais merecem destaque os mosquitos dos gêneros Culex spp. e Anopheles spp. Estes quando previamente infectados transmitem microfilárias de Dirofilaria immitis a cães, principalmente em regiões litorâneas.

 

            Os simulídeos e ceratopogonídeos apresentam picada dolorosa e quando de ataques maciços a rebanhos de bovinos e eqüinos acabam provocando enormes prejuízos tanto pela atuação estressante quanto pela espoliação sanguínea, além de poderem veicular mecanicamente agentes infecciosos, principalmente virais.

 

3.1.3- Pulgas e piolhos de importância Médico Veterinária

 

            As pulgas e os piolhos são um achado relativamente freqüente em animais silvestres e de produção, espoliando, estressando e veiculando enfermidades entre os animais e o homem.

 

            Na fase parasitária, as pulgas permanecem sobre os hospedeiros realizando a hematofagia e a postura. As pulgas do gênero Tunga penetrans apresentam como particularidade o fato das fêmeas penetrarem no tecido cutâneo quando da realização da postura de ovos, ocasionando o vulgarmente conhecido como “bicho de pé”, que dependendo do animal, do local de instalação deste inseto e do grau de infestação pode comprometer a produção.

 

            Dentre as pulgas também merece citação a Ctenocephalides spp., que acomete principalmente cães e gatos. Esta pulga espolia pelo ato do repasto sanguíneo, atua estressando o animal e pode veicular biologicamente o Dipylidium caninum, um helminto que apresenta em uma de suas fases de desenvolvimento uma larva cisticercóide no tecido muscular da pulga, a qual quando é ingerida possibilita a infecção intestinal de cães e crianças por esta tênia.

 

            Os membros das famílias Anoplura e Mallophaga, conhecidos como piolhos picadores-sugadores e mastigadores, respectivamente, agem principalmente espoliando e irritando os animais, em especial bovinos, cães, aves e suínos.

 

            Nos suínos, o Haematopinus suis, desenvolve-se principalmente em criações não tecnificadas devido a não adoção de medidas eficientes de controle e sanidade. Nas aves especialmente nas de atividades de postura, piolhos mastigadores do gênero Melopon alimentam-se na base das penas ocasionando uma atividade muito intensa da ave no sentido de eliminar estes insetos. Nos bubalinos piolhos picadores-sugadores como o Haematopinus sp., espoliam e irritam os animais levando a queda de produção. Normalmente estes insetos ocorrem em unidades de produção que apresentam falhas graves no sistema de manejo dos animais.

 

            Nos cães, piolhos mastigadores do gênero Trichodectes canis, podem ocorrer em altas infestações podendo inclusive levar o animal ao óbito.

 

4- Ácaros de importância Médico Veterinária

 

            Dentre os ácaros de importância médica veterinária temos sarnas e carrapatos. Estes organismos atuam com agentes espoliantes e irritativos levando a queda de produção acentuada, além de no caso dos carrapatos atuarem como vetores biológicos de diversas enfermidades, principalmente aquelas ocasionadas por parasitas sanguíneos (hemoparasitos).

 

4.1- Sarnas de importância Médico Veterinária

 

            Tanto as sarnas superficiais da família Sarcoptidae quanto as sarnas profundas da família Psoroptidae, p. ex., ocasionam quadros clínicos de relativa importância devido a irritação e inflamação local desencadeada pelas diversas fases evolutivas destes agentes. Na família Sarcoptidae, o Sarcoptes scabiei pode parasitar praticamente todos os mamíferos domésticos, sendo no entanto mais comum em cães e bovinos, ocorrendo principalmente na região dorsal, pescoço e região da barbela. Em gatos e coelhos, a Notoedres cati desenvolve-se na região da orelha, estendendo pela face, ao redor dos olhos e focinho.

            Em aves, temos como exemplo de sarna profunda, a Knemidocoptes sp., a qual é de grande importância, devido ao seu aspecto irritativo principalmente naqueles animais criados a solta e/ou sob condições inadequadas.

            Dentre as sarnas superficiais em nosso meio temos a ocorrência de Psoroptes equi, Otodectes sp. e Chorioptes bovis, sendo mais comum nos eqüinos a Psoroptes e a Otodectes.

 

4.1- Carrapatos de importância Médico Veterinária

 

            Temos de importância veterinária tanto os carrapatos moles quanto os carrapatos duros, sendo os primeiros representantes da família Argasidae e os outros da família Ixodidae.

            Na família Argasidae, temos no Brasil de ocorrência em aves criadas a solta em pequenas e grandes propriedades e raramente em plantéis avícolas, de carrapatos dos gêneros Argas miniatus e Ornithodorus sp. Estes ácaros buscam os animais quando da realização da hematofagia (repasto sanguíneo) nas suas diferentes fases evolutivas (larva, ninfa e adulto), não permanecendo por períodos muito longo sobre estes animais, retornando para locais de proteção (gretas e buracos em instalações, p.ex.) após repletos de sangue. Faz-se interessante citar que uma fêmea de Argas miniatus pode permanecer por períodos de até cinco anos sem realizar a hematofagia, mostrando-se desta maneira ser um agente de difícil erradicação após instalado.

            Os carrapatos da família Ixodidae são os mais conhecidos dentre este grupo por serem agentes de ocorrência mais comum, atuando como ectoparasitos de grande importância em animais domésticos e silvestres. O Boophilus microplus é um carrapato que permanece sobre um hospedeiro, na maioria das vezes bovinos, desde a infestação deste animal na fase de larva, passando por ninfa e indo até a fase adulta, quando após a fecundação e repasto sanguíneo, a fêmea desprende-se caindo no solo aonde realiza a postura de ovos (aproximadamente 3.000 ovos/fêmea). Por esta característica, este carrapato é considerado um carrapato de um hospedeiro. Durante a fase de larva e ninfa, este carrapato pode transmitir hemoparasitos sanguíneos dentre os quais merece citação Babesia bovis, Babesia bigemina e Anaplasma marginale, ocasionando quadros clínicos conhecidos comumente no meio rural em nosso país como babesiose, anaplasmose, tristeza parasitária bovina ou tristezinha. Também pode transmitir a ehrlichiose ocasionada pela Ehrlichia bovis. Estas enfermidades são relativamente graves em nosso país, podendo inclusive levar ao óbito dos animais infectados. O carrapato Boophilus microplus também é muito importante se considerarmos somente a realização de repasto sanguíeno, com cada f6emea ingerindo entre 0,5-1,0 ml de sangue.

            Nos eqüinos, os carrapatos do gênero Amblyomma cajennense são muito comuns em nosso meio, sendo conhecidos vulgarmente como carrapatos estrela devido a aparência conferida pelo escudo dorsal ornamentado na fase adulta nos machos desta espécie. É considerado assim como o Rhipicephalus sanguineus – carrapato vermelho do cão – um carrapto de três hospedeiros. Esta classificação deve-se ao fato de realizar as mudas (larva para ninfa e ninfa para adulto) fora do hospedeiro retornando ao mesmo animal ou a outro para a continuação do seu desenvolvimento evolutivo. Uma fêmea realiza a postura de aproximadamente 5 a 8.000 ovos, os quais irão dar origem as larvas. Neste gênero, as larvas são de baixa especificidade parasitária podendo parasitar indivíduos de diversas espécie (homem, cão, eqüino, bovino etc), sendo de intensa atividade e conhecidas como micuins. Nos eqüinos também são observadas infestações freqüentes por outro carrapato, o Anocentor nitens, o qual é um carrapato de um hospedeiro como o Boophilus microplus e tem como preferência de local para o seu desenvolvimento o pavilhão auricular. Devido às lesões ocasionadas pela picada deste carrapato, clinicamente observasse alteração na estrutura da cartilagem, provocando a “quebra” da orelha.

Além da espoliação sanguínea, os carrapatos ocasionam prejuízos consideráveis para a produção animal, com perda do couro, produção de carne e leite, gastos com medicamentos e assistência médico-veterinária e perda de animais principalmente pelos hemoparasitos transmitidos.

           

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Bibliografia Recomendada

 

- Para saber mais sobre insetos e ácaros de importância Médica e Médico Veterinária

 

1- Entomologia e Acarologia Médica e Veterinária. Freitas, M. G. et al. 1984. (BC/UFV 595.7 E61).

2- Insetos de Interesse Médico e Veterinário. Carrera, M. 1991. (BC/UFV 636.0896968 C314i).

3- Medical and Veterinary Entomology. Kehle, D. S. s.d. (BC/UFV 636.0896968 K43m).

3- Controle de carrapatos

4- Entomologia Veterinária

 

 

- Para saber mais sobre os agentes infecciosos e doenças ocasionadas por insetos e ácaros na Medicina Humana

 

1- Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC)

- Tópicos de saúde

- Insetos e vermes

2- Fundação Nacional de Saúde (FUNASA)

3- Insetos e doenças humanas

 

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