A. O que
é predação sensu lato
?
Chamamos
de predação sensu lato a toda
interação entre dois indivíduos, na qual um deles
se alimenta do outro. Usamos propositadamente este termo tão amplo
(daí a expressão sensu lato ),
para conseguir incluir num mesmo raciocínio interações
reconhecidamente diferentes, mas que podem ser explicadas por um único
corpo de teoria. Assim, estariam incluidos nesta terminologia, por exemplo:
I
- um louva-deus devorando sua presa;
II- um percevejo predador atacando uma lagarta;
III - uma pulga sugando o sangue de um cão;
IV - fêmeas de louva-deus que se alimentam do macho após
a cópula;
V - vespas que ovipositam dentro do corpo de lagartas;
VI - uma lagarta se alimentando de uma folha; etc.
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Isto é, chamamos de predação
sensu lato ao conjunto de interações conhecidas normalmente
como predação (I e II acima); parasitismo (III); canibalismo
(IV); parasitoidismo (V); herbivoria (VI).
O item (6),
herbivoria, será visto numa aula à parte, pois trata-se
de uma interação animal-planta. Todos os demais itens referem-se
a uma interação animal-animal.
B.
Quais as diferenças entre predador, parasita, parasitóide?
Predador:
mata a presa rapidamente e precisa de mais de uma presa para
completar seu próprio ciclo de vida.
Parasita: não mata o hospedeiro e usa um número
variado destes para completar seu próprio ciclo de vida.
Isto é, se dois piolhos convivem numa mesma galinha, e
ambos conseguem completar seu ciclo de vida,
matematicamente cada piolho utilizou menos de um hospedeiro.
Por outro lado, moscas cujas larvas se alimentam de um hospedeiro
e, após atingirem a fase adulta, atacam outro hospedeiro,
estariam usando mais de um hospedeiro para completar seu ciclo
de vida.
Parasitóide: mata o hospedeiro lentamente e utilizam,
no máximo, um hospedeiro para completar seu próprio
ciclo de vida. Como existem casos de vários indivíduos
parasitóides atacando o mesmo hospedeiro ao mesmo tempo,
podemos dizer que estes individuos estariam usando menos de um
hospedeiro para completar seu ciclo.
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Convencionou-se chamar de inimigo natural
qualquer inseto que se adequar a uma das três definições
acima (predador ou parasita ou parasitóide).
Se plotarmos num
gráfico o tempo necessário para causar a morte da presa
(x) versus o número de presas necessárias
para completar o ciclo do inimigo natural (y), é fácil
visualizar regiões onde incluiríamos os três tipos
de inimigos naturais.
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