É muito raro encontrar uma situação em que o inimigo natural elimine totalmente sua presa. Na verdade, não é vantajoso para o inimigo natural que isto aconteça. Afinal de contas, se a presa for extinta não haverá alimento para o inimigo natural numa ocasião posterior. Desta forma, é de se esperar que a interação inimigo natural-presa convirja para uma situação em que ambas as populações coexistam.
Normalmente, quando um inimigo natural é inserido num sistema qualquer, seu ataque provoca diminuição no número de indivíduos da população da presa. Após um determinado lapso de tempo, esta diminuição na quantidade de alimento (=presas) provoca uma queda no número de inimigos naturais presentes. Esta queda na população de inimigos naturais pode ser causada por:

(i) dimuição no número de filhotes produzidos em função na baixa disponibilidade de recursos para os progenitores; ou
(ii) por aumento da mortalidade de inimigos naturais em função do aumento da competição intraespecífica.


A consequência imediata desta queda na população de inimigos naturais é um aumento na população da presa, que agora teria pouca pressão por parte dos inimigos naturais. Esta dinâmica, portanto, é caracterizada por oscilações em ambas populações: inimigo natural e presa. Mais interessante ainda, tais oscilações são desconexas: os picos populacionais da presa ocorrerão sempre um certo tempo antes dos picos populacionais do inimigo natural. A tendência geral, então, seria que o sistema inimigo natural-presa atingisse um nível de equilíbrio dinâmico. Isto é, o número de indivíduos em cada população permanece relativamente constante no tempo, embora a todo momento hajam alguns indivíduos nascendo e outros morrendo em ambas populações. Desta forma, não é surpreendente encontrar inimigos naturais e presas coexistindo numa mesma área. O gráfico abaixo exemplifica tal situação.


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