Baseado no princípio
de que parentes apresentam similaridades morfológicas (porque têm
carga genética semelhante), assume-se que espécies mais
aparentadas teriam mais características morfológicas em
comum. Assim, a comparação de espécies através
de suas características morfológicas é uma das primeiras
ferramentas usadas para o estabelecimento da árvore filogenética.
É evidente que tal ferramenta tem suas limitações,
haja visto a ocorrência de "sósias" na espécie
humana. Os sósias surgem de um "acaso" genético:
mesmo sem ser aparentados, dois indivíduos podem apresentar certos
conjuntos genéticos em comum, o que pode lhes conferir características
morfológicas similares. Uma outra possibilidade é o surgimento
de similaridades devido a pressão seletiva operando em estruturas
que têm características semelhantes: por exemplo, o aparelho
bucal de uma borboleta e o bico de um beija-flor são razoavelmente
parecidos. Esta similaridade não se originou de parentesco, mas
da pressão seletiva sobre uma estrutura com função
semelhante, isto é, para ser capaz de coletar néctar eficientemente,
o bico do beija-flor e a proboscis da borboleta devem ter formatos semelhantes.
Assim, houve uma "convergência evolutiva" ou "evolução
paralela" destas duas estruturas. Os sistematas chamam de homoplasias
àquelas similaridades que foram originadas à partir da evolução
paralela de estruturas, e de homologias àquelas similaridades originadas
de parentesco. Evidentemente, somente homologias são úteis
para estudos de filogenia.
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